Quando eu tinha 15 anos queria ter um blog pra poder falar a todos sobre minhas futilidades. Ora, minha personalidade e mentalidade estavam no auge do seu processo de formação, logo, era imprescindível mostrar qual minha cor favorita, meu signo, meu humor, minhas atividades diárias, meus amigos... Era imprescindível mostrar para todo mundo quem eu estava me tornando. Surgiu o doce, inocente, melancólico e fútil Coisas de Zuliani.
Alguns anos depois, alguns amigos a mais e percebi que "blogar" também poderia ser um ato social. Uma ferramenta mágica de interação entre pessoas que nada tinham em comum, exceto a vontade de falar sobre as mesmas coisas ou coisas diferentes em um mesmo espaço virtual. "Entrei para o Tabajara", que à época, qualquer um dos integrantes ostentava bravamente o titulo de participante, como fossemos uma gangue, um grupo de diferentes e cheios de opinião e bom humor ali naquela insossa massa dos iguais em tempos de ensino médio. Éramos um grupo de amigos cuja a amizade era selada por um fundo roxo com letras amarelas onde todas as piadas e encontros ficaram registrados.
Neste meio tempo houve uma tentativa chamada Tubainanakbessa, que embora deveras divertida, não rendeu fruto algum no campo das memórias.
O Taba ainda existe, mas basta acessá-lo para notar que o pobre já passou de seus dias de glória. O Coisas de Zuliani também existe morto em um endereço qualquer, e basta acessá-lo para perceber como aquelas coisas não são mais minhas. O Tubaína... bom, esse mostra que meu mundo um dia já foi cor-de-rosa.
Todos definharam com o advento do Orkut, a grande ferramenta aglutinadora que conseguiu concentrar todas as funções possíveis de interação virtual numa página só. A grande ferramenta que conseguiu fazer com que gastássemos o maior tempo possível fazendo nada uns com os outros via internet. A grande ferramenta que resumiu nossas existências ao efêmero ir e vir de scraps.
Mas "blogar" ainda me parece uma forma interessante de expressão. Um ar introspectivo a algo que você quer ver público. A exposição de seus devaneios montados para "apreciação" alheia, sabe?
Não importa quem vá ler, se vai ler. O importante é estar ali para o mundo, para o nada, pelo simples fato de alguém querer falar. È quase como um processo de construção de memória, das pistas que você quer deixar para quando (falando de uma forma hipotética e decadentemente prepotente) forem investigar o seu passado.
Não importa quem vá ler, se vai ler. O importante é estar ali para o mundo, para o nada, pelo simples fato de alguém querer falar. È quase como um processo de construção de memória, das pistas que você quer deixar para quando (falando de uma forma hipotética e decadentemente prepotente) forem investigar o seu passado.
Pois aqui começa mais um espaço de concentração de textos sem sentido de uma mente sem propósito que preza por revelar-se em minúcias. Um espaço pra publicar aqueles "não-sei-o-quês" que vem de "não-sei-ondes" e que gostariam de ser vistos por pessoas especificas para as quais não podem ou não devem ser falados diretamente.
Recomeço com meu baú de quereres e pensamentos que por algum motivo precisam ser ditos de forma um tanto mais velada e ao mesmo tempo mais pública também. Esse blog se diferencia dos anteriores por assumir desde já sua subjetividade. Não busco agora me explicar, me afirmar, ou me iludir com o que escrevo. Busco simplesmente escrever. Me contar para um futuro, me contar para interpretações me contar para leitores fictícios cujo julgamento do que lêem não me importa.
Trata-se de despojar-me por meio de palavras do que me sufoca, me diverte ou me interessa. Assim simples, assim prático, assim inútil, assim sem maiores pretensões.
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